Primeiro, eles convidam todo mundo a baixar o aplicativo “você na RPC” para poder participar dos telejornais. No aplicativo, existe a opção “radar”. A pessoa se cadastra nessa função.
Então, a RPC passa a seguir o telespectador. Se ele estiver perto de alguma notícia de momento (incêndio, acidente, alagamento, engarrafamento…) é acionado. Pode enviar, via celular, imagens, informações e até mesmo fazer uma “reportagem”.
Como a vaidade predomina, a maioria do público quer aparecer na TV, e cadastra-se. O software já é programado para censurar palavrões, ofensas às autoridades, imagens de nudez ou de cadáveres e citações que vão contra anunciantes, princípios éticos e antiéticos da emissora e palavras-chaves, como genocídio, estado palestino, fascista, pedófilo…
Para o telespectador, é algo como se a RPC oferecesse picanha embalada como notícia, mas o que ele recebe são ossos catinguentos.
Já as câmeras robotizadas do estúdio estão dando trabalho. O departamento técnico não está tendo inteligência para lidar com o equipamento inteligente(ainda bem). O modelo Sony PTZ é difícil de ajustar, principalmente a cor do rosto do apresentador.
Afinam para um e desafina para o outro. Os técnicos também não conseguiram fazer as câmeras ter a mesma agilidade que os movimentos dos apresentadores. Continuam tentando.
Essa desinteligência para lidar com a inteligência artificial está salvando, por enquanto, os empregos dos cinegrafistas de estúdios e dos diretores operacionais.